18.7.09

"Independência ou morte!"


Como disse o imperador Dom Pedro II em um tenso momento, é "independência ou morte" quando se quer sair "debaixo da asa da mamãe". Para ser independente tem que ralar muito para aprender um monte de coisas para sobreviver mesmo. É quase como uma batalha que deve ser enfrentada diariamente.

Eu decidi ser independente aos 21 anos, e isso deixa todas as pessoas que sabem disso meio estarrecidas e intrigadas, e todos perguntam: mas por que? Minha mãe mora na mesma cidade que eu, e mesmo assim eu fui me virar sozinha. Mas por que? Perguntam. É simples: eu pertenço à um determinado grupo de pessoas que prezam a individualidade e odeiam dar satisfações, pedir dinheiro ou depender de alguma forma de alguém. Existem pessoas assim no mundo, sabia? Pois é.

Primeiramente eu fui morar com mais 5 meninas, tipo uma república, até porque com o emprego que eu tinha na vivo, era o que dava no primeiro momento. A experiência foi bem drástica e eu não recomendo à ninguém. Tenho poucas amigas mulheres, nunca dei muito certo com meninas, e imagina uma pessoa como eu tendo que aguentar cinco? Total peixe fora d'água. Isso durou menos de um ano até que perdi a paciência e mandei uma jararaca lá tomar no cu em alto e bom som.

Daí procurei um outro lugar que coubesse somente eu e uma das minhas melhores amigas, uma amiga que eu conheci na 6ª série, pessoa super confiável, uma irmã mesmo. Aconteceu um fato muito triste nesse meio tempo que fez com meu namorado morasse comigo por um tempo ao invés da minha amiga e hoje é ela quem mora comigo. Mas isso realmente não importa, pois eu estava falando de como é ser independente.

Morando "sozinha" eu aprendi a cozinhar, e hoje é um dos meus hobbies favoritos. Aprendi a pagar minhas contas e a entender como funciona essa coisa de orçamento da qual minha mãe tanto falava. Minha relação com a minha mãe é outra coisa: tudo amor. Minha mãe tinha um sério problema de achar que eu não tinha crescido, e isso contribuiu bastante para que tomasse minha decisão, pois brigávamos muito para que eu tivesse "meu espaço".

Mas ainda não aprendi tudo. Estou aprendendo a lavar roupa ainda, por exemplo. E tudo vale a pena, cada sofrimento. No começo eu chorava muito por não estar tão perto da minha família como eu queria e hoje, apesar de ainda considerar ruim não ver minha família a todo momento, acho que tomei a melhor decisão. Sem arrependimentos. Faço o que quero, na hora que quero, aonde quero e não tenho que pedir nada a ninguém. Minha mãe me ajuda com uma mesada a muito custo por parte dela. E eu cedi tanto por me ajudar muito quanto para fazê-la feliz, porque mãe gosta de cuidar, né?!

Bem, espero com esse texto ajudar quem tenha a intenção de sair de casa. Contei um pouco da minha história para que faça entender a quem interessar como funciona o processo de tornar-se independente. Não é algo que acontece da noite para o dia e deve ser bem planejado, tanto pela questão financeira quanto pela questão sentimental, por sua parte e por parte da sua família. E o sofrimento é contínuo, mas os prazeres são bem maiores do que as dores.

Tool - Sober

Um comentário:

:) disse...

eu aprendi quando morei sozinho que meu feijão nunca ficava igual o da minha mãe... ai voltei pra casa :) hahaah cara vc gosta de Tool! \o/