24.6.20

Sobre os 35

Não foi fácil chegar até aqui. 35 anos! Pesa, tem um peso grande porque são muitas experiências acumuladas. Posso afirmar que estou bem mais forte também, apesar da saúde já não ser, de longe, a mesma de quando eu tinha uns 20 anos. Minha força vem das adversidades. Sei que o que estou escrevendo aqui é bastante óbvio, mas eu, assim como muitos aos 35, ou seja, muito tempo vivido, já passei por muitas coisas.

Estou naquela fase em que a bagagem maior já começa a ser das histórias vividas, sabe? Quanto mais eu vivo, ao contrário do que imaginei no passado, menos eu quero ter, menos eu quero ter o que carregar pra lá e pra cá. Sabem a máxima do menos é mais? Então, minha filosofia de vida. E como já citei em outro post, estou numa fase em que estou voltando, de alguma maneira, a ser quem eu era, porém me conforta saber que nunca mais voltarei a ser exatamente a mesma. Gostava da vidinha menos preocupada que eu vivia, mas certamente gosto muito mais agora. Infelizmente ainda não tenho tantas certezas quanto eu achei que teria chegando aqui, mas as poucas certezas que eu adquiri, são, em quantidade, muito mais do que eu tinha há alguns anos atrás. E também não tenho mais a juventude de antes porque nada é perfeito, e por mais clichê que seja, tudo tem um preço, né? Ainda assim, prefiro minha versão atual.

E hoje nem é meu aniversário ainda. É amanhã, mas quis escrever porque estou ansiosa pelo meu aniversário como eu nunca estive. Ansiosa pra ficar mais velha, Juliana? Tá louca? Pois é. O motivo? Bem, o motivo é que esse ano é muito especial.

Pensem na seguinte situação: em um dado ano você conhece uma pessoa através de uma rede social por motivo de alta compatibilidade musical. Você se torna muito amiga dessa pessoa, óbvio,  mas não a ponto de combinarem um encontro pessoalmente. Entre idas e vindas, sem nunca deixar de ter notícias um do outro, 10 (sim, dez!) anos depois, os dois solteiros, finalmente resolvem se encontrar pra se verem, né, afinal, são dez anos de amizade sem sequer se encontrarem na rua por acaso (apesar de saber que isso já aconteceu muitos anos antes sem a gente saber e pode ter acontecido em qualquer época). E daí, o que acontece? Eu descubro que ele era simplesmente a pessoa com quem eu sempre quis estar a minha vida inteira. No começo lamentei muito não ter providenciado esse encontro antes, porque de certa forma me pouparia viver algumas situações desagradáveis. Mas depois de um tempo enxerguei que aconteceu na hora certa. Hoje tenho minha filha linda e um cara foda ao meu lado, ou seja, melhor aniversário, impossível.

Aproveitando o lado bom da ansiedade, deixo um texto aqui só pra registrar esse momento, e não pelo update do blog, até porque hoje isso definitivamente não importa mais.

Playing: Elbow - Empires

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